quarta-feira, 21 de abril de 2010

Não, não gosto disto

Finalmente pus 1 ponto final do meu emprego. Inventei uma desculpa sobre que o C. tinha tido 1 oferta para ir trabalhar para outro sítio e que tínhamos decidido ir todos.

Cá em casa fui algo criticada por isso. Mais do que uma pessoa me dizia que devia dizer as coisas na cara, que a Razão e a Lei estavam do meu lado, e que se não desse um murro na mesa a chefe se ia continuar a aproveitar das pessoas. Sei que tinham razão, mas se há coisa que não consigo é evitar conflitos (o que não quer dizer que não os tenha de todo, porque muitas vezes também perco a paciência, como explicarei mais à frente). Enfim... saí e pronto.

A noticia correu depressa e a minha chefe anterior voltou a entrar em contacto comigo. Não sei bem porquê, porque sim, queria voltar a contratar-me mas dentro de 1 mês... e queria que eu aguentasse onde estava até ela ver quando me podia readmitir. Até aqui a coisa não está mal, mas quando lhe disse que não aguentava porque estava a ter uma série de problemas pessoais como consequência e que o ordenado não compensava, aí é que a bolha rebentou.
A pessoa em causa não é má pequena, mas talvez por também ter a cabeça no cepo, ou seja, de ter o seu posto de trabalho em risco, começou a opinar demais.
Eu tenho muitos defeitos, assumo que sim, mas sempre separei a vida pessoal da profissional. Confesso que este último ano tem sido 1 novidade e uma adaptação, porque agora tenho 1 filho, o que implica mais tempo e disponibilidade a todos os níveis. Mas acho que a coisa ficou, porque quando ela começou a opinar sobre a minha vida pessoal perdi a paciência. Acho que nunca na minha vida tinha falado a ninguém assim, e muito menos a 1 chefe. Toda a gente diz que tive razão e que tinha que fincar pé, mas vêm sempre depois os remorsos... Não gosto que as pessoas me saquem o que tenho de pior, não gosto de gritar nem de ter problemas ou conflitos com ninguém, mesmo que a Razão esteja do meu lado, porque sinto que isso não me compensa. Não gosto... e assusta-me a ideia de ter que trabalhar com uma pessoa assim porque acho que vai ser a rotina diária. Sei que vou ter que respirar fundo, ter que me controlar e pensar duas vezes antes de abrir a boca, mas uma das grandes razões porque deixei aquele emprego foi porque sabia que estava a atingir 1 limite e estava a pagar o facto da vida daquela pessoa não lhe estar a correr bem (ou seja, mesmo noutro prisma, ela continua a não saber distinguir a vida privada da profissional).

Confesso que tenho medo de voltar a trabalhar com ela... confesso que tenho medo de não me conseguir controlar e voltar a perder a paciência, mas mais do que nada, confesso que tenho medo que ela me saliente o que menos gosto em mim...

sábado, 17 de abril de 2010

Andas desaparecida...

Não, não me aconteceu nada. Não fiquei sem nada para dizer, mas mudei de emprego...

O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Pois, para grande infelicidade minha, muita coisa.
Há muito tempo que andava algo aborrecida com o meu anterior emprego. Quase desde o princípio, para dizer a verdade... quando sabemos que uma coisa não é para sempre e se vai assistindo ao afundar do barco, perguntamo-nos diversas vezes se valerá a pena. A falta de coordenação e de organização era uma constante (algo que não suporto, pelo menos, num emprego) aliado ao facto de ter uns companheiros a ter 1 caso e ser obrigada a compactuar com a coisa.
Quando me telefonaram a mim, do nada, a oferecer-me 1 emprego de alguma categoria e responsabilidade, ainda que o ordenado não fosse grande coisa, era difícil de negar.

O problema é que nem tudo o que luz é ouro... e aprendi este último mês que se é difícil encontrar 1 emprego, também é difícil encontrar 1 empregado. Se não vejamos: apesar de haver uma grande oferta, de se saber que quem quer trabalhar se sujeita praticamente ao que for, que necessidade existe de se mentir?
Pois a mim mentiram-me. Só me bastou 1 semanita e meia para perceber que ia ter bastantes mais responsabilidades e tarefas do que me tinham dito e nunca ia ver os cifrões que me tinham prometido. Só esta semana tive que trabalhar praticamente 10h diárias e ainda me tocou ir hoje, sábado. Comentário da manhã: "Como aos sábados não vamos ter muito para fazer...". Desculpa?!!?!? "Não vamos ter muito para fazer?", ou seja, ainda tenho que lá voltar mais vezes... e para não ter que fazer!?!?

Começo a esgotar a paciência... principalmente para gentinha emergente, sem educação, que não só explora como ainda maltrata os seus subjugados (e até nem estou a falar de mim).
Estou cansada do desrespeito e das chapadas consecutivas.
Tenho vontade de voltar a fazer a mochila e assentar arraiais noutro sítio.